8.4.08

/// Incubar um sonho





Sou surpreendido com asas bem abertas, a confiar na locomoção do meu voo, em que desamparadamente sem qualquer direcção aparente, sou levado pelo impulso, ao encontro perdido no espaço das possibilidades, deixando-me consumir pelo vácuo que se faz sentir, sou recebido pelo horizonte que me orienta, num possível sentido. De repente, por estranheza, sou abalado com espanto por um flash alado de uma nuvem esfumada, que espelha a invasão do meu reflexo, pela atracção deste encontro. Vou em direcção desta nebulosa claridade, deparando-me de repente em frente de uma misteriosa entrada, com o aspecto de ser frequentado por “seres com maus hábitos”. Aventuro-me timidamente, arrisco paulatinamente a entrar pela passagem desta desconhecida descoberta, passo a passo, deparo-me com um lugar enigmático, em que sou empurrado por um orgasmo incontrolável de sístoles nervosas, com a ousadia de poder vencer, vou em frente, lá no fundo vejo o brilho cintilante de uma pequena casa, construída sem paredes, nem portas ou janelas, mas, ornamentada com o mais belo jardim, que alguma vez tive oportunidade de contemplar. Embriagado pelo vislumbre desta minha aparição e apaixonado pelos estímulos e impulsos que diagnosticam o interesse das possibilidades oníricas, lanço-me sem hesitação, interpelando e renovando experiências, para aumentar o recheio da minha colecção, de novas quimeras. Recolho com excitação, algumas das exóticas sementes que por lá recitava, satisfazendo com determinação acrescida, o sonho que arrasta as minhas fantasias, desta utópica estadia, ambicionando que possa um dia, brotar e desabrochar noutros encontros aos que sonham com esta mesma sintonia e construir os seus ninhos fazendo eclodir jóias e beijos desta sensível magia.



1 comment:

Anonymous said...

... e concretizá-lo, tornando-o realidade...
bjs * fi